Ações e títulos sobem após presidente da Argentina eleger promessas de mudança de ‘motosserra’ PEJAKOMUNA

BUENOS AIRES/LONDRES (Reuters) – A forte vitória do libertário de extrema direita Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina está impulsionando títulos e ações, mas exercendo pressão descendente sobre o peso, disseram investidores nesta segunda-feira.

O radical outsider, que prometeu usar uma motosserra nos gastos públicos, “incendiar” o banco central e dolarizar a economia, derrotou o chefe da economia peronista, Sergio Massa, na votação de domingo, embora tenha adotado um tom comedido em seu primeiro discurso como presidente. eleger.

Os mercados do país sul-americano estavam fechados na segunda-feira devido a um feriado local. Mas os seus títulos em dólares estrangeiros, que são negociados profundamente em territórios em dificuldades, subiram na segunda-feira 1,7-2 cêntimos cada, para 29-34 cêntimos por dólar, de acordo com dados do LSEG Workspace.

David Austerweil, vice-gerente de portfólio da VanEck, disse que Milei tem o mandato de implementar “mudanças significativas na política econômica” e que muito dependerá de seu gabinete.

“Ele precisará anunciar uma equipe econômica experiente e apresentar rapidamente um plano econômico realista e confiável”, disse Austerweil, ou poderá haver uma corrida ao peso “que se tornaria cada vez mais cara para deter”.

Os mercados de crédito poderiam recuperar se os anúncios fossem “fortes e credíveis”, observou ele, mas “se nada for anunciado rapidamente, quaisquer ganhos transformar-se-ão em perdas”.

O JPMorgan, em nota aos clientes na noite de domingo, disse que não mudaria sua recomendação sobre os títulos internacionais da Argentina em relação à sua posição medida de “peso de mercado”, enquanto aguardava clareza sobre o caminho político de Milei e a capacidade de implementar seus planos.

As ações foram menos comedidas, com as ações listadas nos EUA da empresa de energia argentina YPF subindo 40%, para fechar em US$ 15,01, depois que Milei disse que tentaria privatizá-la.

Os bancos Grupo Supervielle, Banco Macro, Banco BBVA Argentina e Grupo Financiero Galicia fecharam entre 17,2% e 23,9%, enquanto o ETF Global X MSCI Argentina de US$ 50,8 milhões adicionou 11,6%, fechando em US$ 46,98, o maior nível desde o início de setembro.

Milei, que assumirá o cargo em 10 de dezembro, não se referiu à “dolarização” em seu primeiro discurso, levantando questões sobre a rapidez com que ele poderia tentar eliminar totalmente o peso.

Ele prometeu reformas rápidas para consertar uma economia atolada em crise. A inflação está em 143%, as reservas em moeda estrangeira estão no vermelho em mais de 10 mil milhões de dólares e uma recessão está iminente. Ele também sinalizou moderação e agradeceu aos seus principais apoiadores conservadores, Mauricio Macri e Patricia Bullrich.

“É indiscutível que uma mudança rápida em relação às políticas económicas falhadas do passado é imperativa. Os desequilíbrios acumulados na economia cresceram demasiado e devem ser resolvidos prontamente”, disse o economista Sergio Armella, da Goldman Sachs, numa nota.

Bruno Gennari, especialista argentino da KNG Securities, disse que as precárias reservas internacionais provavelmente forçariam uma rápida desvalorização. O Morgan Stanley disse esperar um ajuste de pelo menos 80% no câmbio oficial da Argentina em dezembro.

A diferença entre o câmbio oficial, próximo a 354 pesos, e o mercado negro, de 920, sugere uma desvalorização próxima de 60%.

“Unificar as taxas de câmbio e permitir que esta nova taxa flutue e encontre um nível de equilíbrio não é viável enquanto o Tesouro tem um grande défice financiado pela impressão de dinheiro”, disse Tara Hariharan, diretora-gerente de pesquisa macro global da NWI Management.

“Portanto, a principal prioridade para Milei é colmatar o fosso fiscal e, uma vez alcançado isso, unificar as taxas de câmbio.”

Milei, um comentarista de TV que virou legislador e com pouca experiência política, aproveitou uma onda de raiva dos eleitores, prometendo planos agressivos para reduzir os gastos do Estado e o tamanho do governo.

Os investidores disseram que estariam atentos para que ele cumprisse as promessas de corte de gastos – e rapidamente – para impulsionar os mercados, apesar do medo da austeridade, com dois quintos da população já na pobreza.

“Eles não podem mais se dar ao luxo de chutar a lata no caminho”, disse Riccardo Grassi, da Mangart Advisors, que detém títulos argentinos.

Ele acrescentou que Milei também precisava iniciar negociações imediatamente para colocar o programa de empréstimos de US$ 44 bilhões do Fundo Monetário Internacional de volta aos trilhos.

“O FMI não pode falhar desta vez.”

Milei ficará impulsionado por sua votação maior do que o esperado, de 56% no segundo turno, depois de ter obtido 30% no primeiro turno no mês passado. Mas ele ainda enfrenta um Congresso dividido, onde o seu bloco Liberty Advances tem apenas uma pequena parcela de assentos.

“Ter um resultado retumbante como o de ontem… dá-lhe um forte mandato público, especialmente dada a sua posição de fraqueza no Congresso”, disse Jimena Blanco, chefe das Américas da Verisk Maplecroft.

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