Bangladesh realizará eleições parlamentares em 7 de janeiro | Notícias de política PEJAKOMUNA

Bangladesh realizará eleições parlamentares em 7 de janeiro, anunciou sua Comissão Eleitoral, enquanto protestos mortais dos partidos da oposição exigindo a renúncia do primeiro-ministro abalaram o país.

“A 12ª eleição parlamentar será realizada em 7 de janeiro com 300 assentos”, disse o comissário-chefe eleitoral, Habibul Awal, na quarta-feira, numa transmissão ao vivo pela televisão, instando os partidos a manterem conversações para resolver a crise política.

O principal partido da oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), cujos principais líderes estão presos ou no exílio, já disse que irá boicotar as eleições se a primeira-ministra Sheikh Hasina não renunciar e transferir o poder para um governo interino apartidário para supervisionar a situação geral. eleição.

Hasina liderou Bangladesh nos últimos 15 anos e foi acusada de governar com mão de ferro. É quase certo que ela retornará ao poder pela quarta vez se o boicote da oposição prosseguir.

A principal rival de Hasina e duas vezes premiê, a líder do BNP, Khaleda Zia, está efetivamente em prisão domiciliar pelo que seu partido chama de acusações forjadas de corrupção.

O BNP boicotou as eleições de 2014, mas participou em 2018. O Jamaat-e-Islami, o maior partido islâmico no país de maioria muçulmana, e o partido Islami Andolon Bangladesh (IAB) também disseram que rejeitariam as urnas.

Milhares de apoiantes do IAB marcharam até aos escritórios da Comissão Eleitoral para protestar contra o anúncio na quarta-feira, informou a agência de notícias Agence France-Presse.

Manifestações em massa contra o governo e uma repressão cada vez maior à oposição têm estado a ferver há meses e intensificaram-se nas últimas semanas.

“Desejamos sinceramente que o governo evite este caminho de violência e coerção da oposição, para que seja criado um ambiente apropriado e agradável, … garantindo a coexistência pacífica onde as pessoas possam exercer livremente os seus direitos democráticos”, Abdul Moyeen Khan, antigo ministro e membro do mais alto órgão de decisão política do BNP, disse à agência de notícias Reuters.

Hasina foi acusada de autoritarismo, violações dos direitos humanos, repressão à liberdade de expressão e supressão da dissidência, ao mesmo tempo que prende os seus críticos.

O governo está sob pressão dos países ocidentais para realizar eleições “livres e justas”.

Os Estados Unidos, o principal comprador de vestuário do Bangladesh, afirmaram em Maio que estavam a implementar uma política que permite a restrição de vistos aos bangladeshianos que prejudicam o processo eleitoral democrático no país de quase 170 milhões de habitantes.

Os baixos salários ajudaram o Bangladesh a construir a sua indústria de vestuário. Cerca de 4.000 fábricas empregam quatro milhões de trabalhadores, fornecendo marcas como H&M, Zara, Levi’s e Gap. O vestuário pronto a usar é um dos pilares da economia, representando quase 16% do produto interno bruto, ou cerca de 85% dos 55 mil milhões de dólares em exportações anuais.

Na semana passada, cerca de 25 mil trabalhadores do sector do vestuário entraram em confronto com a polícia enquanto os protestos que rejeitavam um aumento salarial oferecido pelo governo forçaram o encerramento de pelo menos 100 fábricas fora da capital, Dhaka.

Um painel nomeado pelo governo aumentou os salários dos trabalhadores das fábricas de vestuário em 56,25%, para 12.500 taka (US$ 114) por mês, a partir de 1º de dezembro. Mas as condições são terríveis para muitos dos trabalhadores, a grande maioria dos quais são mulheres cujo salário mensal começa em 8.300 taka. (US$ 75).

Depois dos sindicatos terem rejeitado a oferta do governo, Hasina rejeitou as exigências dos trabalhadores que protestavam por um aumento salarial mais elevado, insistindo aceitam o que estava na mesa ou “voltam para a sua aldeia”. Os líderes sindicais expressaram preocupação de que as suas palavras pudessem provocar mais violência por parte da polícia e das forças de segurança.