Crítica de Scott Pilgrim Takes Off: o anime da Netflix remixa a história PEJAKOMUNA

Quando chegou a notícia de que a Netflix estava fazendo uma versão animada de Scott Pilgrimaquele que trouxe de volta todos os atores do filme original (junto com o diretor e criador da série), levantou algumas questões interessantes. Principalmente, eu estava curioso para saber o quanto mudaria à medida que a história mudasse de meio. Embora os quadrinhos originais e a adaptação para o cinema live-action tivessem suas diferenças, ambos ainda contavam em grande parte a mesma história sobre um preguiçoso de 20 e poucos anos de Toronto lutando para abrir caminho na história de namoro de sua namorada. Mas para a nova série, Scott Pilgrim decolaa história não é apenas um ponto de partida – ela explode completamente a linha do tempo.

Observação: Este artigo inclui alguns spoilers de Scott Pilgrim decola.

No começo, realmente não parece assim. Durante a maior parte do primeiro episódio (de oito), Decola se desenrola como, bem, uma versão animada de Scott Pilgrim. Existem algumas diferenças superficiais – Ramona agora entrega DVDs para a Netflix em vez de pacotes para a Amazon, já que o programa está na Netflix – mas fora isso as coisas são basicamente as mesmas. Isso significa que é uma história sobre Scott (Michael Cera), que é nerd, preguiçoso e alheio aos sentimentos de todos ao seu redor. Ele conhece a garota (literal) dos seus sonhos em Ramona (Mary Elizabeth Winstead) e eles saem, apesar de ele já estar namorando uma garota do ensino médio chamada Knives (Ellen Wong).

E então as coisas ficam bem estranhas. Acontece que Ramona tem sete ex-namorados malvados e, para namorá-la, Scott precisa derrotar todos eles. É basicamente uma história de amor com estrutura de videogame, utilizando Lutador de rua violência para explorar uma grande quantidade de bagagem emocional. Decola segue essa história até a primeira luta entre Scott e o ex malvado inicial, Matthew Patel (Satya Bhabha). Então, aham, ele parte em outra direção.

Ok, sério: se você quiser evitar spoilers, agora é a hora de partir.

Decola é uma série projetada em torno da ideia de e se? Nesse caso, o criador Bryan Lee O’Malley e o co-roteirista BenDavid Grabinski perguntam o que aconteceria se Scott realmente perdesse a luta contra Matthew? E não apenas se perdeu, mas foi puxado para um misterioso portal vegano para que ninguém tivesse ideia de onde ele estava? Isso é exatamente o que acontece e tem todos os tipos de efeitos em cascata. Matthew ganha tanta confiança com a vitória que assume o controle da Liga dos Exes do Mal e do império multimilionário de seu líder, Gideon Graves (Jason Schwartzman). Knives canaliza a perda de Scott para uma carreira de compositor ao lado do colega de banda de Scott, Stephen (Mark Webber). E Ramona se torna uma espécie de detetive, procurando o sequestrador investigando todos os possíveis suspeitos.

É uma grande mudança e, como fã de longa data do Scott Pilgrim mitos, foi muito divertido assistir esses personagens em novas situações. Mas a mudança é na verdade muito mais significativa do que isso. Ao remover Scott da equação para grande parte da série, Decola muda o foco para todos os outros. Ramona, em particular, agora está na frente e no centro, passando cada episódio investigando seus ex-namorados (e outros) como os possíveis culpados pelo desaparecimento de Scott.

O resultado é que temos uma visão muito mais profunda dos personagens que antes recebiam pouca atenção, especialmente no filme de ritmo acelerado. Você verá Ramona aceitar e pedir desculpas por quão péssima ela foi com Roxie (Mae Whitman) quando eles namoraram, e como Romana rompeu com Lucas Lee (Chris Evans) foi o que o inspirou a se tornar o mais famoso do mundo. patinador/ator em primeiro lugar. Até mesmo os gêmeos Katayanagi (Shôta e Keita Saitô), que quase não fazem nada no filme além de invocar um dragão holográfico gigante, têm um arco convincente. As coisas mudaram tanto que Gideão — Gideão! – torna-se uma figura simpática em certos pontos.

A história eventualmente fica bastante meta. O jovem Neil (Johnny Simmons) escreve um roteiro enquanto dorme, que tem uma notável semelhança com o original Scott Pilgrim filme e eventualmente se transforma em filme. Existem personagens fazendo cosplay de outros personagens e todo tipo de estranheza que, eu prometo, fará sentido no final. Não vou estragar as grandes reviravoltas de mais tarde, mas DecolaA meta-ness chega a 11, com todos os tipos de travessuras envolvendo viagens no tempo e, a certa altura, um musical. Novamente, não é apenas uma oportunidade de ver personagens amados em novas situações estranhas, mas também uma chance de analisar suas decisões – tanto nesta série quanto em versões anteriores de Scott Pilgrim – de uma forma mais profunda.

Inversamente, o que faz Decola tão fascinante para os fãs de longa data também significa que não é necessariamente o melhor ponto de entrada para a série. Grande parte da alegria que tive com a série veio da maneira como ela subverteu minhas expectativas, pegando uma história que eu achava que conhecia tão bem e transformando-a em algo cheio de surpresas, enquanto abria espaço para personagens que não se chamavam Scott. Em última análise, ainda segue algumas das mesmas batidas e aborda os mesmos temas de autoconsciência e aceitação. E como o filme, também parece legal pra caramba. Como diz um personagem no final: “o jogo mudou, mas os jogadores são os mesmos”.

Não tenho certeza se terá o mesmo impacto se você não tiver histórico com a franquia. Mas de qualquer forma, Decola faz algo muito inteligente para aqueles que fazer tem essa história: remixar uma história familiar em vez de recontá-la.

Scott Pilgrim decola está transmitindo no Netflix agora.